quinta-feira, 20 de maio de 2010

192ª Festa do Divino de Pirenópolis



Eleita pelo Iphan como patrimônio cultural imaterial, em 15 de abril de 2010. Acontece de 30 de abril a 25 de maio, com realização da Prefeitura Municipal de Pirenópolis e patrocínios do Ministério do Turismo, do Governo do Estado de Goiás e do Iphan, no centro histórico e povoados, a
192ª Festa do Divino de Pirenópolis
O sagrado e o profano; a realeza e o popular; a diversidade e a singularidade.

A Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, considerada uma das mais expressivas celebrações do Espírito Santo no país, pelo grande número de rituais, personagens e componentes, como as Cavalhadas de mouros e cristãos e os Mascarados montados a cavalo, vem sendo realizada anualmente desde 1819. Os rituais têm início na Páscoa e seguem até o domingo seguinte ao feriado de Corpus Christi, o clímax da Festa se dá no Domingo de Pentecostes ou do Divino, cinqüenta dias após a Páscoa, com as Cavalhadas.

Enraizada no cotidiano dos pirenopolinos, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis é a mais rica expressão da religiosidade popular da cidade, determinando padrões de sociabilidade, consolidando-se como elemento fundamental de sua identidade cultural, onde os moradores se dedicam e se preparam ao longo de um ano inteiro para festejar e participar desta celebração histórica, considerada seu maior bem cultural.

As festas de santos, de devoção religiosa cristã e como expressão da cultura popular, foram trazidas por jesuítas e colonos açorianos e se popularizaram por todo o país. Aqui, se fundiram aos cultos de matriz africana, às crenças religiosas indígenas e encontraram a celebração judaica de Pentecostes ou Domingo do Divino.

Desde sua origem em Portugal, a figura mais importante da Festa do Divino é a do Imperador, escolhido a cada ano por sorteio entre os homens ou meninos da sociedade, atualmente independe de classe social. O Imperador, a quem cabe toda a responsabilidade de promover e cuidar para que tudo se realize com ordem, incentivando, angariando fundos e mobilizando a população nos afazeres da festa, tem como principais atributos a generosidade, a hospitalidade e a distinção.

Vários ritos em uma mesma festa, com destaque para três grandes fases: As Folias, O Império e As Cavalhadas. As diferentes manifestações mesclam festejos religiosos e profanos, como Folias na roça e na cidade, Alvoradas com as bandas de Couro e de música Phoenix, grupo de Congado, Repique de Sinos e descarga de Roqueiras, Missas, apresentação de grupos de Tradições Regionais, Procissões, Novenas, cortejos do Imperador, Reinados e Juizados, a peça teatral “As Pastorinhas” e as tradicionais Cavalhadas.

O costume de se homenagear o Divino Espírito Santo vem do tempo do Brasil Colônia, sendo encontrado em várias cidades por todo o país, principalmente naquelas onde a mineração, somada a mão de obra de índios e de escravos. Em Goiás, as festas foram se difundindo a medida que a Igreja ia ocupando espaço nos arraiais emergentes em função das descobertas auríferas, a partir do século XVIII.

O símbolo da festa é uma mandala de fogo com uma pomba branca ao centro. A pomba significa o Divino Espírito Santo e a mandala de fogo o momento em que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, a Pentecostes. As cores da festa, branco e vermelho, significam paz e o sangue de Jesus.

                A Festa do Divino chega ao seu final com As Cavalhadas, que têm início na manhã do domingo de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa, e vão até terça-feira à noite.  Num autêntico quadro vivo, As Cavalhadas evocam batalhas medievais entre mouros e cristãos em uma complexa encenação equestre em honra do Imperador e do Espírito SantoDe um lado, vestindo azul, o rei cristão: Carlos Magno e os doze pares da França; do outro, o rei mouro, o Sultão da Mauritânia, com seu "exército de infiéis" trajando vermelho. As Cavalhadas chegam aos seu final quando critãos e mouros, já batizados, rezam ao Divino e descarregão suas armas, encerrando o Império.

            Anunciando a abertura das Cavalhadas pelas ruas da cidade, no sábado, bem como durante, no intervalo das encenações, Os Mascarados, ou Curucucus, dão um ar brincalhão a festa fazendo algazarras com suas roupas extravagantes e máscaras enfeitadas, tanto a cavalo, também enfeitados, como a pé, numa manifestação de alegria e uma maneira de espantar os maus espíritos. Os Mascarados estão presentes em todas as cavalhadas realizadas no Brasil, quanto à origem: acredita-se ser africana, porém, a máscara de boi é típica de Pirenópolis.


Quando se torna uma Festa só para os pirenopolinos
Apesar de por quatro finais de semana consecutivos haver um maior número de pessoas na cidade para assistir aos diversos festejos dessa complexa festa, o grande momento que a cidade se abre para o mundo é o fim de semana em que ocorre o ritual do Império e se iniciam as Cavalhadas, que apesar de ter a duração de três dias (domingo, segunda e terça), na segunda e na terça a cidade se esvazia, transformando a Festa numa comemoração doméstica, já que esses dias são feriados municipais e os turistas retornam aos seus compromissos em suas cidades de origem.

Realização:           Prefeitura Municipal de Pirenópolis.
Patrocínios:          Ministério do Turismo; Governo do Estado de Goiás; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan.
Coordenação:     Secretaria Municipal de Cultura e Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
Apoios:                   Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.


Iphan elegeu a festa em Pirenópolis como patrimônio cultural brasileiro

Todos os rituais da festa foram apresentados ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que se reuniu no dia 15 de abril no Rio de Janeiro, com a proposta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan para registrar a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis como patrimônio cultural nacional. Depois do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, em outubro de 2005, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis é a primeira manifestação religiosa encaminhada à análise do Conselho Consultivo e registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro, com inscrição no Livro das Celebrações.

Iphan - Assessoria de comunicação
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
 (61) 2024-6187 / 3326-6864

PROGRAMAÇÃO

FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO e
CAVALHADAS de PIRENÓPOLIS/GOIÁS
192º Imperador: Raimundo José Miranda de Sousa


30 de abril, sexta-feira
Saída da Folia do Divino Espírito Santo (Renovação Cristã)

7 de maio, sexta-feira
Saída da Tradicional Folia do Divino Espírito Santo da Zona Rural e Urbana

9 de maio, sexta-feira
Chegada da Folia do Divino Espírito Santo (Renovação Cristã)

14 de maio, sexta-feira
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
5h – Alvorada com a Banda de Música Phoenix.                                                                                                             12h – Repique de sinos, descarga de roqueiras e tocata da banda de Fênix, ao lado da Igreja Matriz.
19h – Missa e início da novena do Divino Espírito Santo, seguida da benção do Santíssimo Sacramento, com a participação da Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário. Após a Novena, tocata com a banda de couro próximo à Igreja Matriz e principais ruas da cidade.

15 de maio, sábado
4h – Alvorada com a banda de couro, descarga de roqueiras.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras.
19h – Missa e 2º dia de novena do Divino Espírito Santo.
22h – Apresentação de grupos folclóricos na residência do Imperador.

16 de maio, domingo
4h – Alvorada com a Banda de Couro, descarga de roqueiras.
12h – Repique de sino e descarga de roqueiras.
15h – Chegada da Tradicional Folia da cidade e zona rural com desfile pelas ruas, encontrando na casa do Imperador.
19h – Missa e 3º dia de Novena do Divino Espírito Santo na Igreja Matriz seguida de procissão até a Igreja do Bonfim, levando as bandeiras de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário, para levantamento de mastro, queimas de fogos e  fogueiras, acompanhada pela Banda de Couro.

17 de maio, segunda-feira
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras.
19h – Missa e 4º dia de Novena do Divino Espírito Santo, seguida da Benção do Santíssimo Sacramento, tocata com a Banda de Couro ao lado da Igreja Matriz.

18 de maio, terça-feira
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras
19h – Missa e 5º dia de Novena do Divino Espírito Santo, seguida da Benção do Santíssimo Sacramento, tocata com a Banda de Couro ao lado da Igreja Matriz.

19 de maio, quarta-feira
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras.
19h – Missa e 6º dia de Novena do Divino Espírito Santo, seguida da benção do Santíssimo Sacramento, tocata com a Banda de Couro ao lado da Igreja Matriz.

20 de maio, quinta-feira
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras.
17h – Entrega de lanças pelos Cavaleiros das Cavalhadas ao Imperados do Divino Espírito Santo, em sua casa.
19h – Missa e 7º dia de novena do Divino Espírito Santo, seguida de benção do Santíssimo Sacramento, tocata com a banda de couro ao lado da Igreja Matriz.

21 de maio, sexta-feira
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras.
19h – Missa e 8º dia de Novena do Divino Espírito Santo, seguida da benção do Santíssimo Sacramento, tocata com a banda de couro ao lado da Igreja Matriz.
21h30 – Theatro de Pirenópolis – encenação do Auto Natalino “As Pastorinhas”. Produção e direção Ita e Alaor.

22 de maio, sábado
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
5h – Alvorada com a Banda de Música Phoenix.
12h – Repique de sinos e descarga de roqueiras, tocata da banda de Fênix, ao lado da Igreja Matriz e saída dos mascarados pelas ruas da cidade.
18h30 – Procissão com a Bandeira do Divino Espírito Santo, seguida da benção à Bandeira.
19h – Último dia de Novena do Divino Espírito Santo, logo após procissão acompanhada pelos Irmãos do Santíssimo Sacramento, levantamento do mastro e cortejo com a Banda de Música Phoenix em direção a Beira – Rio onde ocorre a tradicional queima de fogos de artifícios, roqueiras, girândolas e etc.
21h – Teatro de Pirenópolis – reprise do Auto Natalino “As Pastorinhas”.

23 de maio, domingo
4h – Alvorada com a Banda de Couro.
5h – Alvorada com a Banda de Música Phoenix, saindo da casa do Imperador.
8h – Cortejo Imperial. Saída do Imperador ostentando a coroa e o cetro, de sua residência até a Igreja Matriz, juntamente com seus familiares. Acompanha o cortejo: virgens (meninas vestidas de branco), a Banda de Música Phoenix, seguida por populares.
9h – Missa solene, cantada em latim pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário de Pirenópolis.
10h30 – Sorteio do novo Imperador no consistório da Igreja Matriz.
11h – Cortejo levando o Imperador até sua residência aonde serão distribuídas Verônicas e Pãezinhos do Divino.
13h – Abertura das tradicionais CAVALHADAS.
18h – Cortejo conduzindo o Imperador de sua residência até a Igreja Matriz, acompanhado pela Banda de Música Phoenix.
19h – Benção e posse do novo Imperador.
21h – Teatro de Pirenópolis – Encenação da Peça Teatral.

24 de maio, segunda-feira
8h – Reinado de Nossa Senhora do Rosário – cortejo conduzindo o Rei e Rainha de suas residências até a Igreja do Bonfim acompanhados pela Banda de Couro e o grupo de Congo.
9h – Missa na Igreja do Bonfim.
10h – Cortejo conduzindo os reis de volta às suas residências. Rei de Nossa Senhora do Rosário – Miltom P. da Silva (Turiba) e Rainha Gina Gomes de Araújo.
13h – Segundo dia de CAVALHADAS (batismo dos mouros).

25 de maio, terça-feira
8h – Juizado de São Benedito – cortejo conduzindo os juízes de São Benedito até a Igreja do Bonfim, acompanhados pela Banda de Couro e o grupo de Congo.
9h – Missa cantada com participação da orquestra e coral Nossa Senhora do Rosário.
10h – Cortejo conduzindo os juízes de São Benedito até as suas residências, Juiz Mauro de Pina e Juíza Benedita Nonato.
13h – Último dia de CAVALHADAS (confraternização entre Mouros e Cristãos). Após o espetáculo os Cavaleiros seguem até a porta da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim para a oração final de agradecimentos e a última salva de tiros.



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